The Halo Effect é uma leitura obrigatória para quem leu os livros do Jim Collins. Também é uma ótima indicação para quem leu autores que usam narrativas para explicar sucessos empresariais ou em investimento. O autor é professor do IMD que deu aula em Harvard por bastante tempo.
Assim, The Halo Effect tem muito a ver com o primeiro ponto da nossa apresentação institucional em que descrevemos as nossas crenças. Não há fórmula mágica!
Rosenzweig descreve o fenômeno que observamos o tempo todo em nossas análises sobre desempenho de empresas (e de fundos) que são feitas ex-post. A necessidade de buscar explicações simples acabam levando à construção de narrativas que são totalmente influenciadas pelo resultado. Dessa forma, o conceito tem muito a ver com o descrito pelo Nassim Taleb em “Fooled by Randomness”.
Ele faz uma crítica forte e direta aos livros dos gurus da gestão empresarial, como Jim Collins, que apresentam fórmulas para o sucesso baseadas em análises que são totalmente influenciados pelo viés do conhecimento da performance ex-post. Aponta que os resultados de estudos feitos com mais rigor metodológico são pouco atraentes para os que buscam narrativas interessantes.
Por exemplo, a influência de boas práticas de gestão e liderança influenciam o desempenho das companhias, mas explicam o desempenho num grau muito pequeno (4%-10%). A incerteza sobre o comportamento de consumidores e competidores faz com que tomadas de decisões estratégicas sejam carregadas de incertezas. Isso impede que uma fórmula (ex: focar em poucas atividades core, ou explorar novas alternativas) seja vencedora em todas as situações. Do mesmo modo, fórmulas de gestão podem ter efeito bastante distinto dependendo da cultura empresarial, perfil das pessoas, setor, etc.
Conclusão
Assim, a conclusão é de que não há fórmula para performance. Afinal, o sucesso é resultado de uma série de fatores que podem variar dependendo da situação. Ou seja, o melhor que se pode fazer na busca pelo sucesso é usar o bom senso na tomada de decisões. Trabalhar arduamente. E, um pouco de sorte.
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