O tema e-commerce nunca esteve tão em alta. É raro conversar com alguém que não testou esta modalidade de compra ou que no mercado não ouviu falar sobre os grandes marketplaces brasileiros.
O primeiro passo para compreender o funcionamento do e-commerce é compreender como funciona o setor de varejo e o que classifica uma empresa como varejista. Segundo Juracy Parentes, o varejo deve atender a uma necessidade pessoal do consumidor final, seja por meio da venda de um produto ou de um serviço. Atualmente, no Brasil, não existe uma subcategoria de classificação específica para o “varejo”, as empresas com capital aberto em bolsa estão contidas em uma classificação mais abrangente chamada “Consumo”. Contudo, nem toda empresa de consumo é uma empresa de varejo.
As análises no setor de varejo têm sofrido mudanças de abordagens incentivadas pela mudança de comportamento dos consumidores, mudanças demográficas e implementação de novas tecnologias. O que evidencia três pilares importantes para obter destaque nesse setor, que é intenso em concorrência e sensível a mudanças na economia, são a capacidade de conversão de vendas, as boas estratégias de logística e a automatização dos processos.
A chegada e consolidação do e-commerce expandiu as possibilidades das varejistas. Hoje, observamos que as empresas têm se empenhado cada vez mais em expandir os canais de venda para ambientes digitais. Com o cenário de pandemia em 2020, a taxa de penetração do e-commerce deu um salto, revelando-se um setor com claro potencial de crescimento.
O mesmo movimento é observado em outros países. Apesar do crescimento recente, no comparativo com o restante do mundo, fica claro que o Brasil ainda tem uma longa jornada de desenvolvimento e muito potencial de crescimento.
Analisando pela ótica de categoria de produtos, também fica evidente o potencial de crescimento do e-commerce, ainda com maior presença em itens específicos, como eletrônicos e vídeos games. Ainda não foram divulgados os dados completos referente ao ano de 2020, no qual acreditamos tem um maior desenvolvimento das demais categorias.
Dessa forma, um fenômeno recente no mercado é o fortalecimento dos grandes Marketplaces do país. O modelo de negócio dos principais players é favorecido pelo efeito de rede, ou seja: quanto maior o número de usuários, maior o valor agregado do marketplace.
COMO FUNCIONA O MODELO DE MARKETPLACE? (Flywheel da Amazon)
O modelo de marketplace coloca a experiência do consumidor como ponto fundamental para atração e retenção de clientes. Uma boa experiência de compra traz tráfego de usuários para o site (marketplace), que, por sua vez, atraem novos vendedores. Assim, aumentando as opções de produtos disponíveis, o que melhora a experiência do consumidor. Nesse sentido, com o crescimento gerado por esse ciclo, o marketplace ganha mais escala e seus custos fixos são diluídos, beneficiando o cliente final.
Contudo, apesar da predominância do modelo Marketplace no Brasil, observamos que existe uma tendência em outros países, de grandes marcas recorrerem a players de nicho ou a uma plataforma própria (DTC: Direct To Consumer) para vender seus produtos em busca de uma valorização da experiência de compra. Dessa forma elas conseguem se diferenciar, esquivando-se dos marketplaces. Um exemplo claro desse movimento aconteceu em 2019 nos EUA, quando a Nike interrompeu a venda de seus produtos na Amazon. Sua nova estratégia passou a focar em poucos parceiros varejistas, que ofereçam a melhor experiência de compra para o cliente, e de vender através da sua própria plataforma de e-commerce.
Atualmente, no Brasil, observamos uma caminhada longa a ser percorrida pelo comércio eletrônico. Em um cenário futuro, é possível prever o contínuo fortalecimento do e-commerce, impulsionado pela possibilidade de permitir que o consumidor faça compras de maneira ágil, sem a necessidade de deslocamento. Por fim, acreditamos que o domínio do mercado fique por conta dos marketplaces – que valorizam a experiência do consumidor -, players de nicho e marcas fortes.
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